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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Brasil tem que ‘acordar’ para desafio chinês, diz especialista


17 de maio de 2013, em Estratégia, Noticiário Nacional, Relações Internacionais, por Alexandre Galante
Brasil Chinavinheta-clipping-forte1Nas mais de 400 páginas do livro China Goes Global (a China se lança no mundo, em tradução livre), de David Shambaugh, um dos únicos pontos de exclamação é usado quando ele descreve o choque provocado pelo despreparo da diplomacia brasileira em lidar com a China.
“Quando visitei o Ministério das Relações Exteriores, em 2008, me foi dito que não havia sequer uma pessoa fluente em chinês ou um grupo de especialistas em China em todo o serviço diplomático!”, espanta-se ele, um dos mais renomados especialistas em política externa chinesa.
O Itamaraty (que Shambaugh grafa como “Itamarichy”) agora tenta recuperar o atraso, com um grupo de jovens diplomatas em Pequim exclusivamente dedicados a aprender o idioma chinês.
Shambaugh teve outra surpresa ao questionar os governos do Brasil e de outros países da América do Sul sobre qual era a estratégia em relação à China. A resposta geralmente foi um silêncio constrangedor, conta Shambaugh.
A falta de uma estrutura acadêmica de estudos sobre o maior parceiro comercial do Brasil também impressionou o autor. “É chocante, mas não há um programa de estudos chineses em todo o Brasil”, escreveu.
O despreparo é explorado pelos chineses em sua expansão silenciosa no continente, afirma o autor. A maioria dos diplomatas chineses na região fala português ou espanhol com fluência.
E, apesar de negarem, têm uma estratégia definida, baseada na abertura de mercados e na obtenção de recursos naturais.
O desequilíbrio nas relações deveria ser motivo de preocupação, afirma Shambaugh. Segundo um estudo recente da Universidade Columbia (EUA), o Brasil exporta para a China 7,6% de produtos de alta tecnologia, enquanto importa 41,4% de itens desse tipo.
“Sim, o Brasil deveria ver a China com preocupação exatamente por isso.”, disse ele à Folha, por e-mail.
Outros países da América Latina e da África já começam a ter dificuldades no comércio com a China devido a essa atitude, chamada de neo-colonialista, diz ele.
“Todos esses países precisam acordar para o tipo de desafio que a China impõe, ser mais duros e deixar a ingenuidade de lado”, diz.
Diretor do Programa de Política da China da Universidade George Washington, Shambaugh falará hoje no Instituto Fernando Henrique, em São Paulo.
China é uma potência parcial, diz especialista
FONTE: Folha de São Paulo/MARCELO NINIO DE PEQUIM

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